A radio tem uma
magia especial. Como dispensa o “folclore televisivo” permite que as ideias sejam
percepcionadas de forma mais assertiva e clarividente. Já tinha referido o célebre debate das presidenciais norte americanas de 1960, entre Kennedy e Nixon, que passou em simultâneo na radio e na
televisão. No final fez-se uma sondagem e os resultados foram completamente
diferentes. Quem apenas ouviu o debate na rádio, disse ter ganho Nixon. Quem viu
o debate disse ter ganho Kennedy.
Não foi bem isso que aconteceu hoje, porque os tempos são outros, o mundo é outro e nem Passos Coelho nem António Costa têm a figura de Kennedy, um "animal" em televisão. Mas no debate da semana passada que passou nas televisões, o líder do PS ganhou claramente. Hoje, no debate da rádio, ganhou Passos Coelho.
Ganhou Passos Coelho, porque, como era previsível, corrigiu os erros cometidos no debate passado. Deixou Sócrates em casa, apresentou-se relativamente melhor preparado e foi mais assertivo. Não foi uma vitoria tão expressiva como a que António Costa teve no anterior debate. Mas a prestação do actual Primeiro Ministro foi melhor, permitindo-nos concluir que venceu o debate, sobretudo, porque na área da segurança social colocou António Costa numa situação mais frágil.
Uma palavra para os jornalistas, que conduziram bem o debate, abordaram mais temas, dando outra qualidade à discussão política que o debate televisivo acabou por não ter.
A campanha eleitoral inicia-se, aparentemente, com tudo em aberto.
Uma palavra para os jornalistas, que conduziram bem o debate, abordaram mais temas, dando outra qualidade à discussão política que o debate televisivo acabou por não ter.
A campanha eleitoral inicia-se, aparentemente, com tudo em aberto.