A campanha está na estrada. Até 4
de Outubro os 230 candidatos a Deputados à Assembleia da República vão
desdobrar-se em contactos com a população dos círculos eleitorais por onde
concorrem. Vão ouvir a voz do povo, aquela que diz a verdade e traduz a
realidade quotidiana da vida das pessoas. Vão deixar a linguagem económica de lado para passar a
falar de política. A gravata também será dispensada. É preciso arregaçar as mangas. A política serve precisamente para tratar os assuntos
do povo e do bem comum. As campanhas no futuro podem enveredar pelas redes
sociais e pelos meios tecnológicos que serão cada vez mais eficientes a
levar a mensagem ao eleitor. Mas é no contacto com as pessoas que reside a diferença. É ai
que vemos se temos ou não temos homens políticos. Quem tiver problemas em sujar os sapatos
com bosta de vaca nas Alturas do Barroso também não terá capacidade para tomar
decisões em São Bento. Faz toda a diferença. Precisamos de políticos, mais do que nunca, precisamos de gente que compreenda a nobre arte da política. Enquanto não nos impuserem quem nos vai governar, ainda somos nós que escolhemos. O povo ainda é quem mais ordena, porque é o povo que vota.
A praça, a praça é do povo!
Como o céu é do Condor!
É antro onde a liberdade
Cria a águia ao seu calor!
Castro Alves, Poeta Brasileiro