António Costa precisava
de ganhar o debate, sem margem para duvida. Pedro Passos Coelho precisava de empatar, ou
seja, não perder. Costa ganhou, Passos perdeu.
Da forma como
hoje se colocam as coisas no espaço mediático em que vivemos, é isto que conta.
Pouco importa do que não se falou, da qualidade do debate, das propostas
políticas apresentadas. No segundo seguinte ao término do frente a frente
entre os lideres do Governo e da Oposição a pergunta estava no ar e os
comentadores foram praticamente unânimes em apontar António Costa como o grande
vencedor da noite.
O dia seguinte
(hoje) terá o condão de influenciar a opinião pública que não viu o debate mas
ficará com a percepção de quem o venceu. O efeito deste debate na campanha é
muito simples: dá fôlego e ânimo à campanha Socialista e por outro lado traz
apreensão e receio à campanha da coligação.
Ficamos a
perceber que a estratégia de Passos terá que ser revista. Não vai poder
continuar a refugiar-se na pele de Primeiro-ministro que salvou o país da
difícil situação em que o seu antecessor (Sócrates) o deixou. A evidência desta
estratégia foi hábil e eficazmente desmontada por António Costa que acabou até
por conseguir descolar do “embuste” que Passos e Portas impuseram ao país e que
vigorou durante praticamente toda a legislatura, não precisando de exibir a
fotografia partilhada por Eduardo Catroga no fim da assinatura do memorando
para demonstrar como a coligação gostou de governar com a Troika e de ir além desta.
No caso Sócrates,
Costa provou que a melhor defesa é o ataque. Passos defendeu tanto, que acabou
por meter golos na própria baliza.
Esperava-se mais
da prestação dos três jornalistas, um de cada estação de televisão. O debate
foi fraco e mal conduzido, sobretudo pelas temáticas que não foram abordadas e por ter permitido que se falasse mais no passado do que no futuro. Nem uma palavra
sobre justiça, educação, cultura, demografia, agricultura e mar e até a Europa
ficou praticamente arredada do debate.
Era útil mais
esclarecimento, mais debate, dividido por temáticas, não apenas com os líderes
mas com os principais representantes de ambas as candidaturas nas áreas
referidas, sendo que os dois líderes deveriam estar frente-a-frente em mais um
debate, onde se analisariam as principais propostas políticas que cada um tem
para apresentar.
Concluindo, o eleitor indeciso, provavelmente decidiu, não votar em nenhum dos líderes. António Costa sai reforçado e com novo ânimo. Passos e Portas têm que rever a estratégia e vir para o terreno com um discurso para além de Sócrates. Os dados estão lançados e aos Portugueses importa mais o futuro do que propriamente o passado.
Concluindo, o eleitor indeciso, provavelmente decidiu, não votar em nenhum dos líderes. António Costa sai reforçado e com novo ânimo. Passos e Portas têm que rever a estratégia e vir para o terreno com um discurso para além de Sócrates. Os dados estão lançados e aos Portugueses importa mais o futuro do que propriamente o passado.
Foto: www.dinheirovivo.pt