sexta-feira, 11 de setembro de 2015

A jantarada

Na noite em que António Costa ganhou um novo fôlego para o resto da campanha, Sócrates decidiu dar um jantar a alguns dos seus amigos, enquanto assistiam ao debate. A imagem do grupo à volta da mesa está hoje estampada nalguns jornais, desta vez, não por culpa do jornalismo ridículo que se preocupa com as pizzas que o antigo Primeiro-ministro manda vir para jantar, uma vez que não consta na lista de comensais qualquer jornalista.

Sócrates tem todo o direito de dar os jantares que quiser e de jantar com quem bem entender. Há contudo, uma manifesta falta de pudor em deixar vir uma fotografia destas parar à imprensa e ao rastilho das redes sociais. Será pólvora nas mãos dos adversários de António Costa.

O recato nunca fez mal a ninguém, principalmente a quem se encontra nas suas circunstâncias. Não se pode ao mesmo tempo criticar o show mediático que gravita à volta do seu processo, sem coincidências, provocado e aproveitado por agentes políticos e judicias e ao mesmo tempo contribuir-se para que o show continue.

Há muita gente a abrir garrafas de champanhe por António Costa ter vencido o debate a Passos Coelho. Mas essa vitória, vale o que vale. Tem apenas um efeito mobilizador para o resto da campanha eleitoral. Não significa que as eleições estejam ganhas. Tudo está em aberto, na minha opinião. Cautela e caldos de galinha, nunca fizeram mal a ninguém, não vá alguém a 4 de Outubro ter que colocar a rolha no champanhe.