Confesso que já cansa ouvir falar
da Grécia. Cansa ainda mais o provincianismo do nosso Primeiro Ministro ao
reclamar para ele o desbloqueio final do impasse que se viveu na cimeira, facto
que agora é posto em causa pelo Presidente do Conselho Europeu, que diz ter
sido o Primeiro Ministro Holandês a contribuir para a solução.
Ora tudo isto é ridículo e
pacóvio, nada próprio de líderes políticos à dimensão europeia. Se tivermos em
conta que agora mesmo a Grécia acabou de receber cerca de 7 mil milhões de
euros e daqui a 10 minutos vai ficar novamente sem nada, tudo isto é
perfeitamente patético.
Os Alemães, esses malvados que
tem emprestado grande parte do dinheiro aos gregos, são os culpados de todos os
males europeus e como têm as costas largas aguentam com tudo e todos. Os Gregos,
esses boémios que viveram à grande e neste caso à grega, são também os culpados de todos os
males que sobre eles recaíram desde que a famigerada crise dos mercados ainda
não compreendida pelos responsáveis políticos europeus, rebentou, corria o ano
de 2008.
Onde estará a virtude?
O que fazer para acabar com esta
agonia em que vive hoje a Europa?
O rico deve expulsar, explorar ou
ajudar (ainda mais) o pobre?
Se expulsar o pobre, o rico, fica
sem nada daquilo que o pobre lhe deve. Se o continuar a explorar além do
aceitável, nunca o pobre lhe conseguirá pagar honrada e dignamente e desta
forma o rico arrisca-se a recuperar muito pouco daquilo que emprestou. Não resta
ao rico, outra hipótese que não seja a de ajudar o pobre a pagar aquilo que o
pobre deve ao rico.
Não esqueçam que cá em Portugal, a
dois meses de eleições, somos um dos países mais pobres da OCDE e há
cada vez mais pobres e gente a viver sem dignidade. Não esqueçam isso e façam disto um desígnio político para a próxima legislatura.
A culpa da crise não é do casal que vive na casa alugada e foi comprar o frigorífico a prestações nem do velhote que recebe menos de 300 euros de reforma, cá e na Grécia. Não esqueçam isso, na hora de ajudar os pobres dos Gregos a pagarem aquilo que vos devem.
A culpa da crise não é do casal que vive na casa alugada e foi comprar o frigorífico a prestações nem do velhote que recebe menos de 300 euros de reforma, cá e na Grécia. Não esqueçam isso, na hora de ajudar os pobres dos Gregos a pagarem aquilo que vos devem.