Durante quase semana e meia, após o anúncio do regresso de Sócrates, políticos e comentadores da praça entretiveram-se em especulações sobre ao que vinha o antigo Primeiro-ministro, há 21 meses em retiro filosófico, sem qualquer interferência na situação política actual.
Não era preciso ser-se muito inteligente para imaginar que Sócrates vinha contar a sua versão dos factos, porque está cansado de ser tratado como o bode expiatório para todos os males da nação e desmontar a narrativa, assim lhe chamou, que os adversários construíram para desculpabilizar o seu próprio fracasso, agora, há vista de todos, inclusive dos próprios.
Mas, há mais. Sócrates vem fazer política e condicionar o jogo, porque, entende ter esse direito. Não tarda e entenderá também ter o “dever” de o fazer e isso fará toda a diferença, quanto às suas ambições.
Sócrates, não vai andar por ai. Comentadores e políticos, podem continuar a entreter-se a especular, ao que vem e o que quer José Sócrates.
Passos Coelho, cairá na piada fácil, de que não está a escavar, mas a tapar o buraco que Sócrates lhe deixou. O problema é que o buraco está hoje bem maior e mais fundo. Por isso, o melhor mesmo, talvez seja seguir o conselho de Sócrates.