quinta-feira, 28 de junho de 2012

Passos Coelho, começou por dizer que não se desculparia com o passado para não governar, mas não há político que não recorra à velha fórmula. Quando a coisa aperta, a culpa é sempre dos antecessores.

No debate quinzenal no Parlamento, o Primeiro-ministro acusou a governação anterior de ter fechado o acordo com a troika em 3 anos e como tal não poder fazer nada relativamente a uma eventual alteração temporal.

O memorando com a Troika foi assinado pelo anterior Governo, é um facto. Mas resultou de negociações, onde estiveram presentes os 3 partidos do arco da governação. O que esteve lá a fazer o dr. Catroga? Por outro lado, o memorando já foi alterado dezenas e dezenas de vezes o que faz cair por terra esta argumentação do Primeiro-ministro.

Torna-se incompreensível que se recorra ao passado para se vincar uma posição que de hoje para amanhã poderá não servir o interesse nacional, especialmente se os resgates a Espanha e eventualmente a Itália assentarem em condições mais vantajosas do que as nossas.

Não sou favorável neste momento a uma renegociação. Compreendo a intenção do Governo, que passa por mostrar que estamos a cumprir para posteriormente termos margem que permita essa renegociação. Contudo, não é estrategicamente aceitável esta atitude submissa e resignada se tivermos em conta que Rajoy reclama taxas de juros mais favoráveis, aliando-se aos que defendem uma intervenção mais consistente do Banco Central Europeu.

Pobres e burros, é que não!