terça-feira, 26 de junho de 2012

Cura bizarra

A economia está cada vez mais bizarra. No primeiro trimestre de 2012, a dívida pública alemã cresceu mais 2,1% relativamente ao período homólogo no ano transacto. Para se ter uma ideia, a dívida pública do “motor” europeu, ronda os 2,042 biliões de euros, 81% do PIB alemão.

Apesar destes astronómicos números, decepcionantes para alguns analistas, a economia alemã teve um apreciável crescimento de 3% do PIB em 2011, continuando a crescer no primeiro trimestre do corrente ano, embora de forma mais modesta, com 0,5 % do PIB.

Actualmente a divida pública portuguesa ronda os 116% do PIB e segundo o Ministro das Finanças, atingirá no próximo ano os 118%. O nosso maior cancro não para de crescer desde o ano 2000 e conheceu um aumento abrupto e desmedido na anterior governação a par do que aconteceu também em países como a Irlanda, Grécia e Itália, dificilmente será acompanhado por algum crescimento económico ainda que ténue, se a Alemanha retrair o seu crescimento e a Espanha continuar nesta agonia em que se encontra.

Até lá, Passos Coelho continuará no dilema: cumprir o receituário a tempo e horas ainda que o próprio médico (Troika) tenha admitido que as doses estão erradas, até porque o doente tomou o remedido em excesso, leia-se, (mais troikista que a troika) ou voltar novamente ao hospital e dizer ao médico que a doença agravou-se e um ano depois o mal continua a alastar? De quem deve ser a iniciativa quando o doente não melhora após medicado? O doente insiste em tudo fazer para agradar ao médico. Contudo, talvez deva ponderar consultar outro especialista, não vá morrer da cura.