(…) O vinho inicia-nos nos mistérios vulcânicos do solo, nas
riquezas minerais escondidas: uma taça de Samos bebida ao meio-dia, em pleno
sol, ou, ao contrário, absorvida por uma noite de Inverno, num estado de fadiga
que permite sentir imediatamente na concavidade do diafragma o seu derramamento
quente, a sua segurança de escaldante dispersão ao longo das artérias, é uma
sensação quase sagrada, por vezes forte de mais para uma cabeça humana (…)
M. Yourcenar, in Memórias de Adriano.