A Feira do Folar ganhou dimensão e estatuto. É um evento reconhecido e consolidado no panorama das feiras e mostras de produtos regionais. Manter o nível qualitativo, deverá ser o objectivo central das próximas edições, tarefa mais complexa do que eventualmente se possa pensar.
Valpaços, Capital do Folar carece de uma política constante e consecutiva, planeada estrategicamente com o intuito de afirmar a marca “Folar de Valpaços”. Identidade, genuinidade e tradição, são alguns dos elementos que integram a cultura do Folar de Valpaços. O Folar tem uma história que é preciso contar, não apenas nos programas de televisão ou de rádio quando o evento acontece uma vez por ano. Uma brochura, um pequeno livro, talvez uma edição que conte a história do folar, dos tempos antigos aos actuais, seja uma iniciativa interessante e capaz de contribuir ainda mais para a sua projecção como produto de excelência.
Pela sua genuinidade e demais características o Folar tem um enorme potencial de afirmação no panorama gastronómico nacional. Veja-se o caso das alheiras de Mirandela. Souberam compor o embrulho, afirmaram e projectaram a marca ao longo dos tempos e agora sempre que se fala de alheiras em Portugal, fala-se de Mirandela. Também nós temos que evoluir e dar o salto nesse sentido, conjugando três vectores fundamentais: marca, identidade e estratégia.
A certificação do produto, segundo o Município na recta final, é um passo muito importante para a afirmação, comercialização e conquista de novos mercados. Há produtores que estão cada vez mais interessados no selo da certificação, uma garantia de qualidade e ao mesmo tempo uma valorização e confirmação da sua genuinidade.
Marca, identidade e estratégia. Uma boa política de marketing, essencial nos dias de hoje na projecção e afirmação de um produto. Espanha está aqui ao lado e é preciso aproveitar esse factor. A Feira do Folar pode e deve começar a ser divulgada na Galiza. Não vejo porque não se possa estabelecer uma parceria com a Comunidade Autonómica da Galiza no sentido de se promover a nossa Feira do Folar em terras Galegas e vice-versa.
Precisamos também de um portal na internet, que tenha também uma área dedicada ao Folar, divulgando os pontos de venda, a confecção e comercialização, a receita e a sua, as sucessivas edições da feira, porque tudo isto faz parte da estratégia de promoção e afirmação do produto.
Não pode contudo ser uma estratégia isolada, mas integrada na promoção turística do Concelho. Precisamos de um portal que divulgue e mostre o que de bom temos e acontece em Valpaços. A Feira de São Brás em São João de Corveira, a mais antiga Feira de fumeiro do país, a Feira da Castanha em Carrazedo de Montenegro, a Feira do Folar e as Festas da Cidade. Um portal que dê a conhecer o nosso património religioso, o património arqueológico, os moinhos e pontes romanas, o historial das nossas aldeias, enfim, a nossa história, cultura e tradições, envoltos em segredos ancestrais que se vão perdendo no tempo das gerações que partiram. Um portal que divulgue a rota da castanha, a rota do azeite, a rota das encostas do rabaçal, promovendo o enoturismo e divulgando as iniciativas particulares dos nossos produtores de vinho, azeite, castanha e outros produtos espalhados por todo o concelho.
Um portal que aposte também no ecoturismo e mostre a beleza e imensidão da serra da Santa Comba, da Padrela, de Santa Isabel, da Ribeira da Fraga, do Rabaçal e de tantas outras riquezas naturais que compõem o nosso Concelho.
Valpaços, Capital do Folar, tem que se alicerçar no que de bom foi construído até hoje e em função disso projectar novos horizontes e perspectivas, capazes de contribuírem para a afirmação do Concelho, das suas tradições, dos seus recursos e potencialidades, atraindo com isso mais investimento, mais turismo, potenciando ao mesmo tempo mais sinergias e desenvolvimento local.