quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O silêncio

Quando a ternura 
parece já do seu ofício fatigada, 
e o sono, a mais incerta barca, 
inda demora, 
quando azuis irrompem 
os teus olhos 
e procuram 
nos meus navegação segura, 
é que eu te falo das palavras 
desamparadas e desertas, 
pelo silêncio fascinadas 


Poema de Eugénio de Andrade