Uma coisa é um corte de quatro mil milhões no Estado. Outra bem diferente é debater o estado do Estado, as suas funções, sustentabilidade futura, o que faz bem, o que faz mal, o que não faz por querer fazer tudo, o que faz a mais e pode deixar de fazer. A reforma do Estado, não se pode reduzir a uma discussão cujo único objectivo passa por fazer um corte de 4 mil milhões de euros na despesa pública, nem pode ser feita “às três pancadas”. É uma matéria demasiado séria e transversal a toda a sociedade portuguesa, para que possa ser feita sem a participação da mesma.
Dito isto, o que deve fazer o PS?
Não deve participar num debate condicionado por um objectivo, ou seja, um corte de 4 mil milhões de euros. Feito o corte, o Estado continuará por reformar. Deve participar na reforma do Estado e criar condições para envolver a sociedade portuguesa nessa discussão, porque não se pode reformar o Estado sem estarem envolvidos os maiores partidos políticos nem as instituições representativas dos Portugueses em sentido geral e abstracto.
É preciso um consenso amplo, para reformar o Estado e determinadas políticas públicas. Só assim será possível, que a reforma vigore para lá das legislaturas e não seja desfeita com a mudança de Governo.
É preciso um consenso amplo, para reformar o Estado e determinadas políticas públicas. Só assim será possível, que a reforma vigore para lá das legislaturas e não seja desfeita com a mudança de Governo.