sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Onde?

"Chegaremos lá vivos".

Esta foi a frase mais marcante da entrevista que o Primeiro-Ministro concedeu à TVI.

Nem valerá a pena discutir o conteúdo político desta entrevista ou até do orçamento de Estado para 2013 bem como o famoso corte de 4 mil milhões nas despesas sociais, enquanto a política e a lucidez estiverem arredadas do método e consequentemente do discurso da governação.

Impõem-se a pergunta.

Chegaremos lá vivos?

Onde?

Este é o grande problema. Não sabemos para onde vamos. E enquanto não nos esclarecerem, dificilmente haverá vontade coletiva de caminhar para onde nos levam.

Chegaremos lá vivos. Os sobreviventes. Para trás ficarão centenas de milhares de desempregados, famílias socialmente destroçadas, centenas de milhares que se foram embora porque não acreditaram no caminho proposto nem o vislumbram.

Ironicamente, toda a gente quer evitar a tragédia grega. A Grécia é essencialmente um exemplo a não seguir, porque é um mau aluno. Incrivelmente, Portugal, o bom aluno da história, vê luz ao fundo do túnel para renegociar as condições do seu empréstimo à pala do mau aluno.

Lá iremos, ainda não sabemos bem para onde, mas lá chegaremos!