domingo, 17 de junho de 2012

Lição ou tragédia?


O povo grego, esmifrado até ao tutano com a austeridade que lhe impuseram em virtude de terem sido governados por políticos mentirosos e corruptos nas últimas duas décadas vai hoje a votos.

Os olhos dos mercados, dos eurocépticos, dos crentes e dos descrentes, estão focados no berço da civilização. As últimas sondagens mostram uma enorme divisão. De um lado, a Nova Democracia, ideologicamente posicionada à direita, do outro, o Syriza, uma coligação de partidos ideologicamente à esquerda. Não existe centro, porque os Socialistas, Sociais-democratas e moderados, são os mais desacreditados dos partidos tradicionais.

Resumindo, as pessoas cansaram-se das velhas soluções, nomeadamente, das forças políticas que os colocaram nesta situação. A ascensão do mediático e radical Syriza, acontece em função dessa descrença nos partidos tradicionais.

A situação é delicada e curiosa. A maioria dos Gregos não quer abandonar o euro e voltar à dracma. Mas também não quer mais austeridade, porque estão cansados de dois anos de sofrimento e agonia sem verem rumo ou saída do buraco negro em que caíram. Dois desejos compreensíveis, mas, aparentemente inconciliáveis.

As posições estão extremadas e são completamente antagónicas. Não sabemos como vai acabar esta peça, se numa lição ou numa tragédia Grega.