O PS está a empolgar demasiado a opinião do Professor Marcelo, ontem no habitual comentário semanal da TVI, relativamente à alteração estatutária votada na Comissão Nacional do Partido.
É certo que Marcelo não está totalmente informado. É certo que não houve qualquer “golpada” como o Professor apelidou uma das alterações votadas na reunião socialista. É certo também que estatutos partidários só se devem alterar em Congressos, mas tudo isto está a ser demasiado valorizado pelo PS que acaba por cair num erro e desviar-se do essencial.
Os Partidos Políticos devem passar a ter dois Congressos, um para tratar da sua vida interna e destas questões relacionadas com os seus estatutos e outro para discutir política, programas de governo, cartas ideológicas e de princípios, ou seja, ideias e estratégias para o país, deixando as questões internas para o primeiro conclave.
Se assim fosse evitam-se duas situações: por um lado, uma das reuniões magnas discutirá política, o que verdadeiramente interessa as Portugueses. Por outro, realizando um congresso sem mediatismos, apenas para discutir questões internas do Partido, evitam-se estas problemáticas que aos Portugueses pouco ou nada dizem. Ainda recentemente vimos que o Congresso do PSD também teve um episódio problemático com as questões estatutárias e pouca política discutiu na sua reunião magna.
Naturalmente que também o Professor Marcelo dispensaria comentar o congresso dos estatutos, dedicando muito mais atenção ao conclave onde se discutisse política a sério.
